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Alfa e Ômega (Alpha & Omega)

Eu sou a terra e o céu.
Eu sou o humilde e o nobre.
Eu sou o floco de neve na noite de inverno.
Eu sou o nascimento e a morte.
Eu sou o seu último suspiro.
Eu sou aquele que lhe deu vida e liberdade,
Escolhendo o seu próprio caminho.

Tudo o que você já conheceu.
Cada semente que colheu, originou se de mim,
Eu criei você.
Minha criação é suprema.
Isto é tudo meu sonho perfeito.
Não há erros no grande jogo cósmico "perfeito" de Deus.

Eu sou o ALFA, Eu sou o ÔMEGA.
Eu sou o início e o fim dos tempos.
Eu sou o ALFA, Eu sou o ÔMEGA.
Encontro me diante de toda a minha criação nesta noite.

Eu sou a escuridão e a luz.
Eu sou o dia e a noite.
Eu sou a ilusão.
Eu sou o eco.
Eu sou o medo e o ódio.
Eu sou um estranho familiar.
Eu sou a sombra, Eu sou uma estrela que te guia
Até o fim dos tempos.

Tudo o que você já conheceu.
Cada semente que você colheu veio de mim,
Eu criei você.
Minha criação é suprema.
Isto é tudo meu sonho perfeito.
Não há erros no grande jogo cósmico "perfeito" de Deus.

Eu sou o ALFA, Eu sou o ÔMEGA.
Eu sou o início e o fim dos tempos.
Eu sou o ALFA, Eu sou o ÔMEGA.
Encontro me diante de toda a minha criação nesta noite.

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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O que é oração exatamente?

A oração é uma experiência de ressurreição,de renascimento,de nascimento de uma nova dimensão,uma nova maneira de ver as coisas e um novo modo de ser,a oração não é algo que você faz; a oração é algo em que você se transforma.

A experiência é tão vasta que é difícil descrevê-la com exatidão. Ela é indefinível; todas as definições não são suficientes. Cada definição diz alguma coisa sobre ela,mas apenas alguma coisa. Muita coisa não é dita.

A oração é uma experiência tão vasta que tem contradições. Então,uma pessoa pode dizer:"A oração é o silêncio",e ela estará certa,completamente certa. Outra pessoa pode dizer: "A oração é um diálogo",e ela também estará certa,porque a oração é um diálogo no silêncio. Mas o "diálogo" e "silêncio" parecem ser contraditórios.


As duas definições são verdadeiras. Aqueles que dizem que uma oração é um diálogo,os cristãos,os judeus dizem isso,os hindus dizem isso,estão certos. Mas eles estão falando de apenas uma parte da experiência. Os budistas dizem que não existe diálogo. O jainismo diz que não existe diálogo,porque não existe um "eu" e um "alguém". Existe um silêncio absoluto. Eles também estão certos,mas é muito difícil ser exato em relação à oração.


Sempre se lembre de uma coisa: Há coisas acima de você e há coisas abaixo de você. As coisas que estão acima de você,não pode descrevê-las com exatidão. Elas são maiores que você. Quando a oração existe,não é que a oração existe dentro de você,pelo contrário,você EXISTE NA ORAÇÃO. A oração está acima de você. Você apenas vibra nessa enorme dimensão,nessa plenitude.



A primeira coisa que eu posso dizer sobre a oração é que ela é um sentimento de gratidão,um agradecimento. Você está aqui,neste belo mundo,com essas árvores e rios,montanhas e estrelas. Nessa tremenda beleza,você está pulsando,você está vivo. Essa oportunidade,você não adquiriu.É um talento. A oração é um agradecimento por esse dom da vida.

Simplesmente respirar é uma alegria muito grande,apenas abrir os olhos e ver o verde. Apenas ouvir o canto dos pássaros,o som da água corrente,ou silêncio da noite e a escuridão aveludada. Ou o amanhecer e o nascer do sol... nós não adquirimos isso! É dado a nós,e não expressamos sequer nosso agradecimento.

O fato de existir um Deus ou não,é irrelevante,o agradecimento é um dever. As pessoas pensam: "Se existe um Deus,então agradeceremos a ele. "Eu lhe digo o oposto:" Se você COMEÇA A AGRADECER,ENCONTRARÁ DEUS". Não existe outra maneira. Se você começa a se sentir agradecido,você o encontrará,porque ele acontece apenas nessa DIMENSÃO de GRATIDÃO.



A segunda coisa:a oração é um MODO de VIVER. Não é apenas algo que você faz de manhã,como um ritual. Se for um ritual,não tem sentido. Se for um ritual, vai tornar você um hindu,um muçulmano,mas não religioso. A oração tem de ser algo absolutamente informal,ALGO DO CORAÇÃO,não um ritual.
Não alguma coisa que você termina de qualquer jeito pela manhã,porque tem de fazê-la,e foi ensinado a fazê-la,isso se tornou um dever.

Se não o faz sente-se culpado;caso contrário,ao fazê-lo,não sente qualquer alegria com isso.Quando não o faz,apenas a culpa aparece.Para evitar essa culpa,você continua fazendo.Não é uma oração.A ORAÇÃO É UM MODO DE VIVER.


Orar é um modo de viver,e não um modo de exigir. É comprometer-se com o silêncio e a incerteza da existência. Somos tão pequenos,a existência tão infinita... só estamos aqui por alguns momentos,e a existência sempre esteve aqui e sempre estará. Somos apenas pequenas ondas em um oceano infinito.
Você pode pedir,mas não pode exigir.

Se ele disser não,tudo bem. A decisão final é dele. Exigir significa que a decisão já foi tomada. Exigir significa que você quer que a existência FAÇA A SUA VONTADE. Pedir simplesmente quer dizer:"Estou mostrando a você meu desejo,mas siga a sua vontade,que seja feita a sua vontade,que seu reino venha.



Oosterhuis diz:"Ninguém pode orar sem palavras,porque ninguém existe fora da linguagem,e tudo é um diálogo. "Buda diz que a oração é o silêncio .E os dois estão certos. Oostehuis está certo;de um certo ponto de vista,ele tem razão:ninguém pode rezar sem palavras,porque ninguém existe fora da linguagem.
É muito fácil entrar em uma igreja e rezar,porque as pessoas aceitam isso. Ninguém vai chamá-lo de louco. Na verdade,as pessoas pensarão que você é muito religioso,um bom homem,um bom cristão,um bom católico ou hindu.  As pessoas o respeitarão por isso.


Mas se você começar a conversar com uma árvore... observe: você pode conversar com uma cruz na igreja,que é MADEIRA MORTA,mas não pode conversar com uma ÁRVORE,como pode conversar com uma cruz? Comece a conversar com a existência,com a natureza. Seja um pouco louco. Saia de vez em quando de sua tão famosa prisão chamada sanidade!


O sacerdote está sendo trocado pelo psicanalista por um simples motivo:porque as pessoas costumavam abrir seus corações na natureza; agora elas não encontram nenhuma maneira de abrir seus corações. Elas vão ao psicanalista,pagam. O psicanalista ouve,elas abrem seus corações. Isso não faz o menor sentido.

Você pode fazer a mesma coisa sentado na jardim. E as árvores são melhores psicanalistas,porque escutam tão atentamente,tão intensamente. Converse com a spedras! E você pode dizer qualquer coisa,que elas não vão se ofender. Pode abrir seu coração e suas tensões desaparecerão.



No passado,o homem vivia uma vida leve,sem tensão. O motivo para isso é que todas as pessoas conseguiam rezar. Era natural.  As pessoas iam e conversavam com as montanhas,com os rios,com o sol ou com a lua... essas são todas as faces de Deus! Manifestações suas,vivas,vibrantes,pulsantes,agora mesmo.


E quando eu digo para você começar a falar com a natureza,estou lhe dando a primeira lição de oração. As igrejas são feitas pelo homem. Evite tudo o que for feito pelo homem,porque as coisas feitas pelo homem trazem todos os tipos de neuroses que o homem tem. Por que não procurar um lugar criado por Deus? Se quiser sentir Deus,vá a algum lugar feito por ele,onde você consiga encontrar a sua assinatura.


As igrejas são feitas pelo homem,assim como templos,mesquitas. Lá,você encontrará apenas o homem e suas políticas. Lá,você encontrará o homem e toda a sua estupidez. As árvores são menos estúpidas,as estrelas não são estúpidas. Vá até elas,abra o seu coração,comece um diálogo com a natureza.


Sente-se ao lado de uma roseira e faça um grande silêncio,sem palavras entre você a roseira,apenas o silêncio pulsando... ondas de silêncio. Por meio do diálogo,conhecerá o divino,como ele se manifesta na natureza,e por meio do silêncio saberá como o divino não se manifesta.


A oração é a ponte entre a pergunta e a resposta,entre a disciplina e o mestre,entre o discípulo e o mestre,entre quem procura e quem é procurado,entre o mínimo e o máximo,entre o desejo e a realização. A oração surge da experiência de amor,da maneira com que nos referimos uns aos outros.

Você me pergunta: O que oração exatamente? Não posso definir com exatidão,apenas posso dar indicações. Posso dar pistas.Posso dar algumas direções. Você terá de descobrir com a sua própria experiência.


Dizem que o homem pode ser dividido em três grupos: aqueles que fazem com que as coisas aconteçam,aqueles que observam como as coisas são feitas,e aqueles que perguntam a si mesmos o que aconteceu. Por favor,FAÇA PARTE DA PRIMEIRA CATEGORIA.

Entre na oração,é a única maneira de saber o que ela é. AME SE QUISER SABER O QUE É O AMOR;EXPERIMENTE-O.


Se você é uma pessoa religiosa,pode pensar no todo como Deus,se não for,não precisa usar a palavra "Deus".  Esqueça tudo isso. As palavras não importam. Chame de "o Todo". Sinta o que ele fez por você,quanta coisa ele lhe deu e o quanto está dentro de você.


E você nunca agradeceu;é muito ingrato. Mas,mesmo assim,continua acontecendo! Sua partilha,sua doação é INCONDICIONAL. E no momento em que a gratidão surge em você,ela pode aparecer nesse momento,será a oração. Nada se move em você,tudo está parado. Mas,de repente,você sente como se estivesse reverenciando uma força desconhecida,uma força misteriosa.

ESSE ATO DE REVERÊNCIA É A ORAÇÃO

Osho- Oração,a canção do silêncio

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Tentação de Jesus

Mateus 4. 1-11



1. Então foi levado Jesus pelo espírito ao deserto para ser posto à prova pelo adversário.


2. E tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome.


3. Chegando o tentador disse- lhe: "Se és filho de Deus, dize que estas pedras se tornem pães."


4. Mas Jesus respondeu: "Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas tudo o que sai da boca de Deus."


5-Então o adversário o levou à cidade santa e o colocou sobre o pináculo do templo.


6. E disse- lhe:"Se és filho de Deus, lança-te daqui abaixo, porque está escrito: "a seus anjos ordenará a teu respeito, e eles te sustentarão em suas mãos, para não tropeçares em alguma pedra."


7. Também está escrito:"Não tentarás o Senhor teu Deus",


8. De novo o adversário o levou a um monte muito alto e mostrou lhe todos os reinos do mundo e o apreço deles,

9. e disse- lhe:"tudo isto te darei se, prostrado, me adorares".


10. Respondeu- lhe Jesus:"Vai pra trás,antagonista, porque está escrito:"ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele darás culto."



11. Então o adversário o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviam.






Após ter a individualidade(Jesus) realizado o Sublime Encontro ou Mergulho no Fogo, Cristo Interior, é ela levada para consolidar essa união no "deserto", onde permanece em oração e meditação. Realmente, só no isolamento podemos conseguir uma fixação e vibrações em faixas tão delicadas de frequência tão elevada. E o burburinho ocasonaria distração. Por isso, quando o Momento Sublime se apresenta, o discípulo é levado pelo Espírito(individualidade) ao isolamento, onde viverá em oração e meditação.



O "deserto" exprime um lugar "sem habitantes". Qualquer espírito elevado, que saia de seu "habitat" natural no mundo dos espíritos e venha à Terra, penetra realmente num deserto e, como diz Marcos, "vive entre as feras" embora "os anjos o sirvam" , ou seja, os "espíritos" bons jamais o deixem abandonado.



O número 40 tem um significado especial: exprime o arcano do plano físico, sublinhando seu caráter material. Representa a esfera da concretização das formas nervosas, isto é, a materialização(encarnação) do astral e do etérico. Então, os 40 dias no deserto entre feras(mas servido pelos anjos)é a vida da Centelha divina no planeta Terra, entre criaturas involuídas.




E sua passagem na Terra tem justamente a finalidade de "ser tentada" , ou melhor, "ser experimentada" através do "espírito" a que deu nascimento. Assim como em nossas escolas ninguém é promovido de ano sem prestar exames, assim na vida espiritual ninguem ascende de plano sem passar pelos "exames" das provações. E é exatamente por isso que se torna imprescindível a encarnação no plano físico.




Uma vez na matéria, o Espírito(individualidade) está preso ao "tentador", que pode chamar se "diabo" ou "satanás", mas é simplesmente a PERSONALIDADE, o quaternário inferior. E por mais consciente que seja o Espírito(individualidade), as "tentações"(experimentações ou provas)são inevitáveis, porque são inerentes à própria personalidade.




O Espírito, com seu mergulho no quaternário, assume novo "eu", um "eu" externo e pequeno, que é porém o "eu" que se manifesta consciente de si e que, por isso, assume a liderança da consciência. Esse "eu" menor ( ou"espírito) abafa o Espírito(individualidade) e o Eu Profundo, e passa a agir como se fora o único chefe,comandando o processo evolutivo: o "eu" menor quer agir por si e dirigir tudo, não tomando conhecimento de que exista outro "EU" superior a ele; é, por isso, o verdadeiro adversário ou antagonista do Espírito(individualidade) e do EU REAL, que se vê escondido e sediado no coração(embora em outra dimensão), forcejando por agir o que nem sempre consegue.


Dessa luta titânica entre o "eu" pequeno ou personalidade(o "espírito") e o Espírito, ou individualidade,vai resultar o progresso. Dessa luta(tentação)dá nos conta o relato evangélico.




Depois de "mergulhar" na água (de renascer através do mergulho no líquido amniótico) o Espírito é levado ao "deserto" (aos embates da Terra) para ficarm em contato com as "feras" (homens atrasados, pequenos "eus" ferozes e egoístas), permanecendo "quarenta" dias e quarenta noites (permanecendo na matéria) em jejum absoluto (em isolamento total do EU REAL). É aí que o Espírito encontra o antagonista personalizado (satanás, nosso próprio "eu" menor) que quer arrastá-lo a seus caprichos.



Surgem então as três "tentações" principais... Com efeito, as três provas citadas englobam os três aspectos da personalidade: As sensações(etérico), as emoções (astral) e o intelecto (metal concreto).






Primeira tentação: O egoísmo na luta da sobrevivência e do bem- estar, da satisfação das necessidades básicas da criatura humana: a fome, o repouso, as ânsias fisiológicas do sexo, as angústias das sensações chamadas "físicas", mas na realidade pertencentes ao duplo etérico. Então, o Espírito é instado a ceder aos desejos egoísticos dos sentidos do "eu' menor dando lhe a "alimentação" que o satisfaça, simbolizada no "pão" que mata a fome. O ato de "matar a fome" faz bem compreender a índole dessa tentação, muito mais vasta que a simples fome estomacal: trata se de SACIAR os instintos inferiores do etérico que se manifesta através do corpo denso.


Além disso, outro aspecto transparece: preso no mundo material das formas, o "espírito" (personalidade) tenta transformar as "pedras" ( que exprimem os ensinamentos interpretados à letra) em "pão" , isto é, em alimento. Explicamos: o "espírito", ao invés de adorar espiritualmente, pretere a exteriorização material da religião, que lhe possa satisfazer aos sentidos físicos, aos instintos sensoriais, emocionais e intelectuais, e por isso transforma os vãos do espírito em "pães" materiais, visíveis e sensíveis, chegando ao clímax de pretender transformar o próprio Deus em pão.


O combate a essa tentação, é feito pela auto disciplina, isto é, pela disciplina que o Espírito, guiado pelo EU REAL impõe ao "eu" menor, fazendo lhe ver que o Homem(integral)vive de tudo o que vem de Deus, desse Deus residente no coração do homem, e não apenas nas exterioridades transitórias da personalidade efêmera.




Segunda tentação: "Lancar se do pináculo do templo" na certeza de que Deus o protege em tudo, mesmo nas loucuras insensatas de pretensões vaidosas, por um privilégio a que se julga com "direito". Nas criaturas emocionalmente desequilibradas vemos a ânsia de "operar milagres"; a rebelião contra a autoridade da Razão, razão superior, a pretensão egocêntrica de que "ele" sabe e os outros são ignorantes; a ambição de possuir poderes para comandar movimentos religiosos; o desejo de ser "chefe" espiritual ou religioso nem que seja de um pugilo de criaturas que se fascinam por suas palavras, e as acompanham cegamente, tributando lhes elogios a cada palavra que proferia, e que ele aceita, com gratidão, porque lhe acaricia a vaidade.


Quantas "heresias" se multiplicaram nos primeiros séculos do cristianismo, quantas seitas pulularam nos meios evangélicos, quantos movimentos teosóficos e rosa-cruzes que se combatem, quantos milhares de "centros" espíritas se fragmentam do pensamento original, criando "inovações" quase nunca com sentido lógico, quase sempre sem razão de ser; mas o móvel subconsciente e o desejo de "chefiar" alguma coisa, de "separar se" do grupo, de concorrer demonstrando gozar de proteções especiais do mundo espiritual.


O combate a esta tentação, isto é, a vitória sobre esta prova, esse "exame" - a que só é submetida certa classe de pessoas mais evoluídas que as da anterior tentação porque já desenvolveram o corpo astral- é realizada com a auto renúncia do "eu" menor: "Não tentarás o Senhor teu Deus" exprime pois, " não quererás ser superior ao teu EU REAL, não pretenderás exigir dele favores especiais e nem quererás impor te a ele."


Jesus deu nos o exemplo típico dessa vitória: pregou um IDEAL, mas não chefiou nenhum movimento religioso; atendeu aos judeus, sem afastá los de Moisés; socorreu a sírio-fenícia, sem arrancá la de seus ídolos; elogiou o centurião romano, sem exigir repúdio a júpiter; e, no exemplo da "caridade perfeita", citou o samaritano, de religião diferente da sua. E de tal forma renunciou à sua personalidade, que o Cristo agiu através dele("nele habitou corporalmente toda a plenitude da Divindade"Col 2:9) de tal maneira, que, durante séculos, foi Ele confundido com o próprio Deus.





Terceira tentação: Esta é a experimentação que as criaturas encarnadas tem mais dificuldades em superar. Não é mais no duplo etérico, com as sensações; nem no astral, com as emoções, mas no mais terrível de todos os adversários, maior que os prazeres(sensações), maior que a vaidade(emoções); trata se do INTELECTO, isto é, do ORGULHO de julgar se melhor que os "outros". Daí parte a oposição máxima, não mais no mesmo plano, de "ser diferente", mas num plano "acima", de ser superior.



E a ambição orgulhosa do mando ataca a todos, ao lado da ambição de posses materiais(riquezas) que lhes dê prestígio e superioridade no mundo material, para garantir lhe a força da superioridade. Todos querem ser mais e melhor do que o vizinho. Se o não conseguirem, não importa: são "mais educados", "mais generosos", "mais inteligentes", "mais fortes", "mais saudáveis", ou "gozam de amizades mais ilustres", qualquer coisa se arrumará, pela qual eles "não se trocam" pelo fulano...


Para superar essa "tentação" há um só remédio: o auto-sacrifício, não mais adorando a personalidade(satanás), mas unicamente cultuando a Deus que está DENTRO DE NÓS, como também DENTRO DE TODAS AS CRIATURA.


Quando compreendermos e "sentirmos" isso, sacrificaremos o nosso personalismo e ligaremos o nosso "espírito" ao EU REAL. Colocaremos a personalidade em seu lugar, submetendo a, como o fez Jesus: "rende te, satanás", submete te à individualidade!..

Só o sacrifício, com a submissão do "eu" menor, é que pode conferir a vitória sobre o orgulho da personalidade, que desejaria dominar e submeter a si a individualidade, pedindo: "adore me!"


Quando, porém, o homem vence as três etapas, dominando as sensações, as emoções e o intelecto, ele vê que os anjos de Deus vêm serví lo, e o "eu" menor(satanás o antagonista), se retira vencido, até o "momento oportuno", porque outras provas ainda virão, todas elas ensinadas nos Evangelhos.



Carlos torres pastorino, Sabedoria do Evangelho, vol 1- páginas 121 a 125

domingo, 8 de agosto de 2010

Esquema Eterno da Missão de Jesus

João,1.1-18

1-No princípio era o Verbo e o Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus.

2-Ele estava no princípio em Deus.

3-Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada foi feito.

4-O que foi feito nele, era Vida e a Vida era a Luz dos homens;

5-e a luz resplandece nas trevas e as trevas não prevaleceram contra ela.

6-Houve um homem, chamado João, enviado de Deus.

7-Veio ele como testemunha, para dar testemunho da Luz, a fim de que por meio dele todos os homens cressem.

8-Ele não era a Luz, mas veio para dar testemunho da Luz.

9-Havia a Luz verdadeira que ilumina a todo homem que vem ao mundo.

10-Ele estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.

11-Veio entre os seus, e os seus não o reconheceram.

12-Mas deu o poder de tornar se filho de Deus a todos os que o receberam, aos que acreditaram em seu nome,

13-que não nasceram nem do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade de homem, mas de Deus.

14-E o Verbo se fez carne e construiu seu tabernáculo dentro de nós, cheio de graça e Verdade, e nós contemplamos sua glória, glória igual ao Filho Unigênito do Pai.

15-João dá testemunho e exclama; ...Eis aquele de quem eu dizia; o que vem depois de mim é maior do que eu, por que existia antes de mim.

16-De sua plenitude todos nós recebemos, e graça por graça.

17-Porque a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.

18-Ninguém jamais viu Deus: o Filho Unigênito que está no seio do Pai é que O revelou.


Neste preâmbulo do Evangelho de João, o mais altaneiro e Inspirado, temos revelada, em poucas mas profundas palavras, a teologia que Jesus ensinou aos discípulos.

Não temos um tratado completo, mas as noções básicas para que a humanidade possa compreender o assunto.

O evangelista define, desde o início, o que pretende: falar de Deus através de suas manifestações. Não só do ABSOLUTO(no sentindo em que os hindus emprestam à palavra BRAHMAN).

A única idéia que a nossa imperfeição pode fazer de Deus, é que é o Absoluto, sem princípio e nem fim, sem limitação alguma. Não uma pessoa, mas uma Força Infinita, uma Razão Ilimitada, a Mente Universal. Falando a respeito dessa Força(de Deus), Jesus assim se expressa(Jo 4;24): "Deus é ESPÍRITO" . Então, ESPÍRITO é a palavra que pode exprimir a Inteligência Divina, essa Inteligência Universal, essa Forca Cósmica, que está em toda a parte, permeando e impregnando tudo; o absoluto, o TODO inteligente, que faz brotar as plantas e impele ao nascimento os seres, e ao mesmo tempo, que regula o movimento dos astros nos espaços infinitos.

Mas desde o princípio(e poderíamos dizer do princípio sem princípio), este ESPÍRITO era ATIVO. Ora, a atividade fundamental da Inteligência é o pensamento, ou a PALAVRA(em grego, LOGOS, em latim,VERBO).
Então a primeira manifestação da Divindade é a PALAVRA, ou seja, o PODER CRIADOR, o PAI. Mas toda palavra produz o seu efeito, toda criação produz o ser no qual o criador se transforma. E isto está dito no versículo 14; o Verbo se tornou carne", isto é, produziu o seu efeito, e apareceu o FILHO.

Eis, portanto, esboçada a teologia joanina, que, sem dúvida, devia apresentar a que Jesus lhe ensinou; DEUS, o absoluto, junto ao qual e no qual se encontrava toda a manifestação que é a sua PALAVRA, e logo a seguir o efeito dessa palavra, o FILHO. Daí a concepção da Trindade como DEUS OU ESPÍRITO- o VERBO ou PAI- o FILHO ou CRISTO.


Em outras palavras poderíamos dizer:
DEUS-o amor

O PAI- o amante
O FILHO- o amado


Por causa da aproximação do versículo 1 com o 14, houve confusão, e acreditou se que o Verbo era o Filho, não se reparando na contradição dos termos; Verbo é a palavra ativa, ao passo que o Filho é a palavra passiva. Verbo é o criador, Filho é o criado.


Então, o Filho é o resultado do Verbo, o produto do Pai, embora esteja perfeitamente certo dizer-se que "o Verbo se tornou carne". Isto- porque em Deus não há "pessoas" nem divisões possíveis; é o absoluto, o infinito, o todo. Quer o denominemos Espírito, Pai ou Filho, tudo constitui o
UM único.
Desde o princípio incriado existe em Deus o Poder Criador, o Verbo.


Por isso tem razão o evangelista quando diz: "No principio havia o Verbo, ou Pai, que estava em Deus e que era o próprio Deus". Este Verbo, ao ser emitido, produziu o som, o seu efeito, a manifestação divina, que é o
ESPÍRITO DIVINO(o ESPÍRITO SANTO) em todos os universos, ao qual chamamos CRISTO, O FILHO UNIGÊNITO DE DEUS.

O homem, feito à imagem e semelhança de Deus, tem em si as mesmas propriedades: ele, o homem, "a centelha divina", o "raio de luz que emanou da Fonte da Luz" possui em si a "Palavra Criadora", o Pensamento, que constitui a indivualidade perene: mas esta ao produzir seu efeito, torna se a personalidade que busca a matéria para aperfeiçoar se, surgindo então a personalidade, que é o Filho.



Tudo provém de Deus, tudo está
EM Deus, e Deus está EM tudo, por sua manifestação cristônica. No entanto erram os panteístas, quando afirmam que todas as coisas reunidas e somadas dariam Deus. Jamais poderia isto ocorrer. Mas tem razão o Monismo quando afirma que Deus está em todos e em tudo, conforme diz Paulo em EF 4;5 e em 1 COR 14;28. Deus é o substractum, a substância última de todas as coisas, de tudo o que existe, por que tudo o que existe, existe em Deus.
No versículo 3 está dito; "tudo foi feito por ele". Logicamente tudo promana do Verbo, do Pai Criador, que é o Pai "nosso", cujo o poder é emprestado ao homem, imagem de Deus e centelha divina. "Nele estava a Vida", porque a Vida é Deus, a Vida é a manifestação da Divindade.



"A luz resplandece nas trevas, e contra ela as trevas não prevaleceram". O sentido literal é de absoluta clareza; por maiores que sejam as trevas, elas não prevalecem nem mesmo contra um pequenino palito de fósforo que se acenda. Entretanto, observamos que há outro sentido, que pode deduzir se das palavras anteriores. No versículo 4 está explicado: a Vida é a Luz dos homens". Se a Vida é a Luz dos homens, então as trevas exprimem a morte. Compreendemos, pois: a morte não prevalece contra a vida. Tudo o que nos parece morte, é apenas o desfazimento dos veículos materiais de que é revestido o espírito.


Nos versículos 6 a 8, encontramos uma pequena intromissão, falando a respeito de João Batista: "Houve um homem, chamado João, ENVIADO de Deus". A dedução lógica é evidente: se ele foi ENVIADO, é porque já existia. Com efeito o evangelista não diz: "Houve um homem CRIADO por DEUS", mas ENVIADO por Deus... Observe se bem o sentido das palavras. Se foi enviado é porque já existia antes de nascer, e não apenas existia, como devia ser um espírito de rara inteligência, de grande elevação moral e de muito adiantamento espiritual, com profundo conhecimento da Luz, da qual devia dar testemunho. Deus o ENVIOU para que ele dissesse aos homens aquilo que ele conhecia, que havia visto, que podia testemunhar por experiência própria e direta.


João Batista conhecia a Luz ANTES DE NASCER NA TERRA, porque tinha existência plenamente consciente, era dotado de inteligência, e podia testificar aquilo que vira. Podia, pois, afirmar: "eu vi, eu sei". E os outros podiam crer na palavra dele. Mas o evangelista não deixa de chamar a atenção dos leitores: "Ele NÃO ERA a Luz", apenas a conhecia.Depois de falar nisso, o evangelista alça se a falar na Luz Verdadeira, na Verdadeira Vida, que vivifica toda criatura, Vida que é uma das manifestações da Divindade nos seres criados. Essa manifestação divina está no mundo, mas o mundo não a reconhece, embora tire dela a sua própria origem.


E dessa Luz, passa logo a falar na Luz que se materializou na Terra: a figura ímpar de Jesus, aquele de quem João viera para dar testemunho. E o apóstolo diz que Jesus era "a verdadeira Luz que ilumina todos os homens que vêm à Terra. E Jesus estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, ele estava entre "os seus" e "os seus não o reconheceram"...

Precisamos distinguir aqui entre JESUS, o homem, e o CRISTO, a força divina que impregna todas as coisas, todos os seres.

Jesus é um espírito humano, com uma evolução incalculável à nossa dianteira. Foi ele quem criou este globo terráqueo (senão todo o sistema solar). Ele mesmo,Jesus-habitante elevadíssimo de algum planeta divino- ("na casa de meu Pai há muitas moradas", Jo 14;2) teve o encargo de criar mais um planeta no Universo infinito.

"Ele veio entre os seus, e os seus não o receberam". Realmente,todos nós, na Terra, pertencemos a ele, que nos veio trazendo desde o início da evolução, acompanhando nossos passos com carinho e amor. E o apóstolo prossegue: "deu o poder de tornar se filhos de Deus a todo os que o receberam e que acreditaram em seu nome". Não por causa de privilégios, mas por evolução própria, veremos mais abaixo.

A expressão "filho de", muitíssimo usado na bíblia, é um hebraismo que exprime o ser, que possui a qualidade do substantivo que se lhe segue. Por exemplo: "filho da paz" é o pacífico; "filho da luz" é o iluminado; então, "filho de Deus" é o ser que se divinizou, que se tornou participante da Divindade, que conseguiu ser " um com o Pai". E todos os que nele acreditam e obedecem a seus preceitos, tornam se divinos: "eu e o Pai viremos e NELE faremos morada"(Jo,14;23).

Aí reside o segredo de toda criatura tornar se divina.

Mas esses que se divinizaram, " não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus". São três expressões claras: o sangue, a carne e o homem. Desses três não depende o tornar se divino. O sangue exprime a alma, ou o corpo astral, ou perispírito, conforme se lê: "a alma é a carne do sangue" ( Lev 17;11); a carne representa o corpo físico, a matéria densa acompanhada logicamente do duplo etérico; o homem simboliza o intelecto. Essas são as partes constintuintes da PERSONALIDADE. E realmente não depende da personalidade o encontro com Deus, e sim da INDIVIDUALIDADE SUPERIOR. Tornam se unidos a Deus aqueles que já vivem na individualidade, embora ainda encarcerados na matéria. presos à personalidade inferior e transitória da carne.

Continua o evangelista a explanar o mesmo assunto: " o Verbo se fez carne e construiu seu tabernáculo dentro de nós. Precisamente o grande mistério revelado: o CRISTO, em que se transformou o Verbo, reside DENTRO de cada um de nós, dentro de nossa matéria, de nossa carne: o Verbo se tornou carne. E espera que vamos ao encontro dele, que nele acreditemos, porque ele aí está,"cheio de graça e de verdade", ou seja, cheio da verdadeira graça que é a benevolência e o amor.

A glória do CRISTO dentro de cada um de nós ainda não se manifesta exteriormente, por causa de nossa imperfeição: somos como lâmpadas poderosíssimas e acesas, mas revestidas de grossa camada de lama, que não deixa transparecer a luz que existe internamente. Em Jesus,não: a limpeza era absoluta, sua transparência era mais límpida que a do mais puro cristal imaginável, e a luz interna do CRISTO era totalmente visível, a tal ponto que Paulo pôde escrever: "nele habitava TODA A PLENITUDE DA DIVINDADE"( col 2;9). Por isso foi Jesus chamado "O CRISTO", e dele disse o evangelista: " nós contemplamos a sua glória, glória IGUAL A DO FILHO UNIGÊNITO DO PAI", ou seja, a glória de Jesus igual a glória do Cristo Eterno, Filho de Deus, terceiro aspecto da divindade.

Não viram Deus EM SI, ou seja, o ESPÍRITO ABSOLUTO. O próprio evangelista esclarece: "ninguém jamais viu Deus". Mas o "Filho Unigênito( o Cristo), que está no seio do Pai o revelou" manifestando se em Jesus. E está conclamando todos os homens para que o revelem. Paulo o descreve com palavras sentidas: "o Espírito vem em auxílio de nossa fraqueza... e intercede por nós com gemidos indizíveis"(Rom 8;26).


João Batista reconhecia que Jesus era maior e anterior a ele, mas assim como em Jesus "habitava toda a plenitude da divindade", assim também NÓS TODOS recebemos de sua plenitude. Deus não faz acepção de pessoas. Dá tudo a todos igualmente, mas cada um recebe de acordo com a sua capacidade receptiva,com sua evolução.


Isto tambem afirma o evangelista:" de sua plenitude TODOS NÓS recebemos,e GRAÇA POR GRAÇA". Sem dúvida, a cada passo que damos, aumentam0s nossa capacidade evolutiva, ao que corresponde um acréscimo da manifestação divina em nós: a cada aumento do recipiente corresponde um pouco mais de conteúdo. Assim conosco: " todos nós recebemos DE SUA PLENITUDE,mas GRAÇA por GRAÇA.



Chegando ao fim desse intróito sublime, o evangelista acrescenta mais uma pérola: "porque a Lei foi dada por Moisés, mas a Graça e a Verdade, vieram por Jesus, o Cristo. Não percamos de mira que Graça exprime o sentido de "benevolência, boa vontade". Nem nos esqueçamos de que a construção grega "graça e verdade" pode formar uma hendíades. Então, o sentido que, legitimamente, pode deduzir se daí é o seguinte: " A LEI foi revelado por Moisés( a lei de Causa e Efeito= dente por dente), mas a VERDADEIRA BENEVOLÊNCIA veio com Jesus o Cristo", que nos ensinou a misericórdia, isto é, o segredo para libertar nos dessa Lei.

Encontramos o magnífico exemplo de Jesus, nosso irmão primogênito, que segue à nossa frente, indicando nos o caminho com a sua própria vida, com seus atos, com seu amor, ensinando nos que só no AMOR, semelhante ao dele, podemos encontrar a rota definitiva: "um novo mandamento vos dou, que vos amei uns aos outros TANTO, QUANTO vos amei" (Jo 34;13)

Como fecho sublime do intróito, a frase lapidar: "Ninguém jamais viu a Deus: o Filho Unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou". Na verdade, Deus, o Pensamento ou Mente Universal, é invisível: é uma Força, é a Vida, é o Amor, é a Substância e Essência de todas as coisas que existem. Ninguém pode vê- lo no sentido do verbo grego oráo (...), ou seja, "contemplar com os olhos".



O "Filho Unigênito é o CRISTO, o terceiro aspecto da Divindade, o "produto do pensamento divino que se encontra em todas as coisas". O evangelista esclarece: "que está no seio do Pai, o que é lógico: assim como o Pai(Verbo) está com Deus, está em Deus e é Deus( vers 1), assim tambem o Filho(Cristo) está com o Pai, está no Pai e é o Pai( "eu e o Pai SOMOS UM", Jo 30:10; e "eu estou NO Pai e o Pai está EM mim", Jo 14:11). São apenas ASPECTOS (não "pessoas") de UM SÓ DEUS, de UMA FORÇA CÓSMICA.


Carlos Torres Pastorino, Sabedoria do Evangelho,vol 1-pág 10 a 15


sábado, 24 de abril de 2010

Discernimento

Vulgarmente tomado na distinção entre o real e o irreal, que conduz o homem a Senda. É isso; mas é muito mais ainda e deve ser praticado, não somente no começo da Senda, porém a cada passo que nela diariamente se dá, até o fim. Entras para a Senda porque aprendeste que somente nela se podem encontrar coisas dignas de aquisição.


Os homens que não sabem, trabalham para adquirir a riqueza e o poder, porém esses bens são, quando muito, para uma vida somente e, portanto irreais. Há coisas maiores do que essas, coisas reais e duradouras; quando as tiveres visto uma vez, não mais desejarás as outras.


Em todo o mundo só há duas espécies de pessoas, as que sabem e as que não sabem, e o conhecimento é o que importa possuir.

A religião do homem e a raça a que pertence não são coisas de importância; o que é realmente importante é o conhecimento, o conhecimento do plano de Deus para os homens. Pois Deus tem um plano e esse plano é a evolução; quando o homem tiver realmente visto o conhecer, não deixará de cooperar nele, integrando se nele, tal a sua glória e beleza.

Assim, pelo fato de possuir o conhecimento. o homem está ao lado de Deus, firme no bem e resistente ao mal, trabalhando pela a evolução sem fins pessoais.

Se está ao do de Deus, é um dos nossos, não tendo a mínima importância se ele se diz hinduísta, budista, cristão ou mamoetano, ou se é hindu, inglês, chinês ou russo. Os que estão ao lado de Deus sabem por que aí se acham, sabem o que tem a fazer e tentam cumprí-lo; todos os demais não sabem ainda o que tem a fazer e, por isso, frequentemente agem de modo insensato, imaginando caminhos para si próprios, os quais lhes parecem agradáveis, não compreendendo que todos são um e uno que pode ser agradável a todos.
Entre o bem e o mal não deveria ser difícil escolher; pois os que desejam seguir o que já decidiram a seguir o bem a todo o custo. Porém, o homem e o seu corpo são dois, e a vontade do homem nem sempre está de acordo com a do corpo.
Quando teu corpo desejar alguma coisa, pára e considera se tu és Deus e só queres o que Deus quer; necessitas, porém, penetrar fundo em ti mesmo, para encontrares Deus em teu interior e ouvires a Sua voz que é a tua.
Não confundas teus corpos contigo mesmo, nem o teu corpo físico, nem o teu corpo astral, nem o mental. Cada um deles pretende ser o Ego, a fim de obter o que deseja. Precisas, porém, conhecê-los todos, e conhecer te a ti mesmo como seu possuidor.
O corpo é o teu animal, o cavalo que montas. Deves, portanto,tratá-lo bem, cuidar bem dele, não estafá- lo, alimentá- lo convenientemente, só com alimentos e bebidas puras e mantê-lo sempre perfeitamente limpo, sem o menor vestígio de impureza. Pois sem um corpo perfeitamente limpo e saudável, não podes efetuar a árdua tarefa de preparação, nem suportar os incessantes esforços no decorrer dela.

O corpo astral tem os seus desejos, e os tem às dúzias, quererá ver te encolerizado, ouvir te dizer palavras ásperas, que sinta ciúmes, que sejas ávido por dinheiro, que invejes ao bens alheios e cedas ao desânimo.
Quererá todas essas coisas e muitas outras mais, não porque deseje prejudicar te, mas porque lhe aprazem as vibrações violentas e gosta de mudá-las continuamente. Tu, porém, não desejas nenhuma dessas coisas; portanto deves distinguir os teus desejos dos de teu corpo astral.
O teu corpo mental deseja manter se orgulhosamente separado; quererá que penses muito em ti mesmo e pouco nos outros. Quando o tiveres desviado das coisas mundanas, tentará especular acerca de ti próprio progresso, em vez de pensares na obra do Mestre e em auxiliar os outros.
Quando meditares, tentará fazer te pensar nas diferentes coisas que ele quer, e não na única de que necessitas. Não és mental, mas dele despões para o teu uso; assim, mesmo aqui, o discernimento é necessário. Deves vigiar incessantemente, sob pena de vires a falhar.
Deves discernir entre o que é importante e o que não é. Firme numa rocha em tudo o que concerne ao bem e ao mal, cede invariavelmente os outros nas coisas de somenos importância. Pois deves ser sempre amável e bondoso, razoável e condescentente, deixando aos outros a mesma plena liberdade de que para ti necessitas.
Procura verificar o que vale a pena ser feito e lembra te de que as coisas não devem ser julgadas pela sua grandeza aparente. Uma pequena coisa de ultilidade imediata à obra do mestre merece muito mais ser feita do que uma grande coisa qu o mundo considere boa. Precisas distinguir não somente o útil do inútil, mas ainda o mais útil do menos inútil.
Alimentar os pobres é uma boa obra, nobre e válida; porém, alimentar lhes as almas é ainda mais nobre e mais válido.
Deus tanto é sabedoria como amor e, quanto mais sábio fores, mais Ele se manifestará pelo o seu intermédio. Estuda, pois, mas estuda em primeiro lugar o que mais te habilite a auxiliar os outros. Trabalha pacientemente em teus estudos, não para que os homens te julguem sábios, mas porque o sábio pode ser sabiamente útil. Por muito que desejes prestar auxílio, enquanto fores ignorante, poderás fazer mais mal do que bem.
Precisas distinguir entre a verdade e a mentira; deves aprender a ser verdadeiro em tudo; no pensamento, na palavra e na ação. Primeiro no pensamento, e isso não é fácil, porque há no mundo muitos pensamentos falsos, muitas superstições insensatas e ninguem que a eles se escravize poderá progredir.
Por conseguinte, não deves acolher um pensamento simples porque muitas pessoas o acolhem, nem por constar de alguns livros que os homens julguem sagrados; deves pensar por ti mesmo ajuizar se ela é razoável. Lembra te que, embora um milhar de homens concorde sobre um assunto, se nada conhecerem a seu respeito,a opinião não tem valor.
Aquele que quer caminhar na Senda tem de aprender a pensar por si mesmo, pois a superstição é um dos maiores males do mundo e um dos empecilhos de que por ti próprio, te deves libertar inteiramente.
Quando te tornares discípulo do Mestre, poderás sempre averiguar a veracidade do teu pensamento, cotejando o com o d´Ele. Pois o discípulo é um com o seu mestre,e basta fazer retroceder o seu pensamento até o d´Ele para verificar se ambos estão de acordo. Se assim não for, o pensamento do discípulo é errôneo, e ele deve modificá lo instantaneamente, pois o pensamento do Mestre é perfeito, visto que Ele tudo sabe.
Deves ser verdadeiro no falar, exato e sem exageros. Nunca atribua más intenções a outrem; somente o seu Mestre lhe conhece os pensamentos, e bem pode estar agindo por motivos que nunca penetraram em tua mente. Se ouvires uma narrativa contra alguém, não a repitas; pode não ser verdadeira e, ainda que o seja, é mais bondoso nada dizer. Pensa bem antes de falar, a fim de não caíres em inexatidões.
Sê verdadeiro na ação; nunca pretendas parecer senão aquilo que és, pois todo fingimento constitui um obstáculo à pura luz da verdade, que deve brilhar através de ti como o sol através de um vidro transparente.
Precisas discernir entre o altruísmo e o egoísmo; este último reveste muitas formas e, quando pensas tê lo finalmente morto numa delas, surge noutra tão forte como sempre. Porém, gradualmente o pensamento de auxiliar aos outros te encherá de tal modo que não haverá lugar e nem tempo para pensares em ti.
Deves ainda ultilizar o discernimento de outra maneira:
Aprendes a distinguir a Deus, que está em todos e em todos e em tudo, por pior que seja a sua aparência exterior.
Podes ajudar a teu irmão pelo que tens de comum com ele, a VIDA DIVINA.
Aprende a despertar nele essa VIDA, aprende a invocá la nele. Assim o salvarás do mal.

Aos pés do Mestre- Jiddu Krishnamurti

















quinta-feira, 15 de abril de 2010

Do Amor Universal-capítulo 12 -Bhagavad Gita-Huberto Rohden

Fala Arjuna:

1- Servir-te, Senhor,como o Deus único, Manifesto- ou servir-te, como o Único, Imanifesto, Eterno e Universal- qual é o melhor caminho para os devotos?

Fala Krishna:

2- Aquele que com firme fé me cultua assim como me apreende em seu coração, sob a forma que pode me apreender, esse me é querido e santo.

3- Mas quem me compreende como o Eterno, o Anônimo, o Imanifesto, o Inconcebível, o Supremo, não limitado por forma alguma, o Infinito;

4- Quem me cultua deste modo e, contudo, enxerga a minha presença em todos os seres e, praticando o bem, vive jubilosamente- este se acabará por se unir a mim.

5-Entretanto, árduo é esse caminho para quem procura encontrar o Imanifesto por meio de um amor afetivo; difícil é esse caminho para os que ainda vivem em corpo carnal.

6- Mas quem de coração puro se voltar a mim e fizer em meu espírito tudo quanto faz; quem renunciar a si mesmo e, dia e noite, firmando em mim, me servir;

7- Este será salvo por mim do tempestuoso mar da existência desse inconstante mundo do nascer e do morrer, porque buscou refúgio em mim.

8- Pelo que, volta a mim o teu coração, apreende me com todo o teu querer; faze repousar em mim o teu espírito e encontra em mim a tua beatitude.

9- Mas s não fores capaz de me atingir em tão excelsa altura; se a tua mente, ó filho da terra, levar-te às baixadas, por ser fraca demais por essa doação total- então procura trilhar o caminho menos árduo do devotamento afetivo.

10- Se nem desse devotamento fores capaz, cultua me com tuas atividades; se a mim somente dedicares as tuas atividades, tambem atingirás a meta da perfeição.

11- Se mesmo disso fores incapaz, refugia te em mim, renunciando aos frutos do teu trabalho, e serve me com perfeita humildade.

12- Verdade é que o saber espiritual é melhor que o fazer material; porém, melhor que ambos é o amar integral- e isso requer total desapego; quem a tudo renuncia por amor, este está perto da meta final.

13- Quem não quer mal a ser algum e, liberto de ódio e egoísmo, é benevolo para com todas as criaturas; quem permanece fiel a si mesmo, no prazer e no sofrimento, sempre sereno e paciente;

14- Quem tem fé em mim e vontade reta; quem controla o coraçãoe mantém a mente fixa em mim e, totalmente, com reverência e amor, consagra-se em mim- este me é querido.

15- Quem a ninguem ofende neste mundo, nem se sente ofendido por ninguém, mas paira acima de gozo e de dor,liberto de cólera e temor- este me é querido.

16- Quem nada aceita nem nada rejeita em interesse pessoal; quem se desapega de tudo que é perecível e só aspira ao imperecível - este me é querido.

17- Quem é sereno e equilibrado em face de amigo e inimigo, impertubável em face de louvores e vitupérios, em face de calor e frio, em face de prazer e sofrimento, livre de qualquer escravidão- este me é querido.

18- De todos o mais querido, porém, é aquele que me ama acima de tudo, aquele cuja vida é amor- a este tal amo-o sobremodo e alimento-o com meu amor.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O Tao Absoluto

Lao Tzu diz: O Tao que pode ser dito não é o Tao absoluto.


ASSIM, ELE NÃO DIZIA NADA, não escrevia nada. Então os que os discípulos ficavam fazendo com ele? Eles apenas ficavam com ele, viviam com ele, caminhavam com ele, simplesmente se embebiam do seu ser.


Quando estavam perto dele, tentavam ficar aberto a ele; quando estavam perto dele,tentavam não pensar em nada; quando estavam perto dele, ficavam cada mais mais calados. Nesse silêncio, ele os alcançava, ia até eles e batia às suas portas.



Por noventa anos ele se recusou a escrever ou a dizer qualquer coisa. Esta era a sua atitude básica: a verdade não pode ser ensinada. No momento em que você diz algo sobre a verdade, ela deixa de ser verdadeira; o próprio dizer a falsifica. Você não pode ensiná-la; no máximo você pode indicá-la, e essa indicação deveria ser o seu próprio ser, toda a su vida; ela não pode ser indicada com palavra. Ele era contrário às palavras,à linguagem.




Conta-se que ele costumava caminhar todos os dias pela manhã, e um vizinho costumava segui-lo. Sabendo perfeitamente bem que ele não queria falar, que era um homem de um silêncio absoluto, o vizinho sempe ficava quieto. Até um "alô" não era permitido. Dizer: "Que bela manhã!" seria um tagarelar demasiado. Lao Tzu dava uma boa caminhada, de quilômetros, e o vizinho o seguia.



Isso continuou durante anos, mas uma vez aconteceu de o vizinho receber um hóspede que também quis acompanhá-los, então o vizinho o levou junto. Ele não conhecia Lao Tzu, nem suas maneiras, então começou a se sentir sufocado, porque o seu anfitrião não estava falando, e ele não podia entender por que eles estavam tão calados; e o silêncio ficou pesado para ele.




Se você não sabe como ficar em silêncio, o silêncio fica pesado. Não é que por dizer coisas você se comunica, não; por dizer coisas você se descarrega. Na verdade, a comunicação não é possível por meio de palavras, e apenas o oposto é possível; você pode evitar a comunicação. Você pode falar, pode criar uma cortina de palavras à sua volta, de tal modo que situação real não possa ser conhecida pelos outros; você se fecha por meio de palavras.


Aquele homem começou a se sentir despido, sufocado e desconfortável; ele estava constrangido. Então, quando o sol estava nascendo, ele simplesmente disse: "Que belo alvorecer, olhem...! Que sol maravilhoso esta nascendo! Que bela manhã!"


Ele só disse isso, mas ninguém respondeu, porque o vizinho, seu anfitrião, sabia que Lao Tzu não gostaria de ouvir nada. E, é claro, Lao Tzu não disse nada, não respondeu. Quando eles voltaram, Lao Tzu disse ao vizinho; "A partir de amanhã, não traga mais esse homem. Ele é um tagarela. Ele só havia dito isto: "Que belo alvorecer...que bela manhã". Apenas isso numa caminhada de duas ou três horas, mas Lao Tzu disse: "Não traga mais esse tagarela. Ele fala demais e sem necessidade, pois tambem tenho olhos e posso ver que o sol está nascendo e que ele é lindo. Qual a necessidade de se dizer isso?"


Esta é a primeira sentença do livro: "o Tao que pode ser dito não é o Tao absoluto." Este é o primeiro ponto que ele precisa salientar; tudo o que pode ser dito nao pode ser verdadeiro. Essa é a introdução do livro e simplesmente o alerta; algumas palavras seguirão, mas não seja vítima delas. Lembre-se da ausência de palavras, do que não pode ser comunicado pela linguagem, do que não pode ser comunicado po meio de palavas.


A verdade não pode se dita por muitas razões, e a primeira e mais básica é que a verdae é sempre percebida em silêncio, e como você pode dizer por meio de som aquilo que é percebido no silêncio? Trata-se de uma experiência, e não de um pensamento.


A verdade não pode ser expressa porque o próprio alcançar a verdade se dá por meio do silêncio, da ausência de som, da ausência de pensamento. A mente não pode entender , não pode perceber a verdade; então,como pode expressà-la?


A verdade não pode ser dita, mas, no próprio esforço de dizê-la pode surgir um desejo naquele que ouve de conhece o que não pode ser expresso.


"O Tao que pode ser dito não é o Tao absoluto." No máximo pode ser relativo.

Por exemplo, podemos dizer alguma coisa sobre a luz a um cego, sabendo perfeitamente bem que é impossível comunicar algo sobre a luz, pois ele não tem a experiência da luz. Mas algo pode ser dito sobre a luz, teorias sobre a luz podem ser criadas. Mesmo um cego pode se tornar um especialista sobre a luz, sobre toda a ciência da luz, não há problema nisso, mas ele não entenderá o que é a luz.
Ele saberá em que consiste a luz, entenderá a sua física, a poesia da luz, mas não a sua realidade, o que é a luz; a experiência da luz não será entendida. Assim tudo o que é dito a um cego sobre a luz é apenas relativo; é algo sobre a luz e não a própria luz. A luz não pode ser comunicada.
Algo pode ser dito sobre Deus, mas Deus não pode ser explicado. Esse "algo" permanece relativo para quem ouve, para a sua compreensão, para o seu domínio intelectual, para o seu treinamento, para o seu desejo de entender. Isso permanece relativo, relativo a muitas coisas, mas essa nunca pode se tornar a experiência absoluta. Essa é a primeira razão de a verdade não poder ser expressa.
A segunda razão é que ela é uma experiência. Se você nunca conheceu o amor, quando alguém diz algo sobre ele, você ouvirá a palavra mas deixará escapar o seu significado. A palavra está no dicionário e saberá o que ela significa, mas o signficado está em você, pois o significado vem por meio da experiência. Se você amou alguém , então conhece o significado da palavra "amor". O significado literal está no dicionário, na linguagem, na gramática, mas o significado experimental e existencial está em você.
Se você disser alguma coisa, isso é vazio, a menos que você traga a sua experiência junto com o que você diz. Quando a sua experiência entra em cena, o que você diz se torna significativo; do contrário, o que você diz permanece vazio, palavras e mais palavras.

Como a verdade pode ser expressa e você não a experimentou? Até na vida comum algo não experimentado não pode ser dito; apenas palavras serão transmitidas. O recipiente chegará a você, mas o conteúdo será perdido; uma palavra vazia irá na sua direção, você a ouvirá e achará que entende porque conhece o seu significado literal, mas não a compreenderá na realidade.
O significado real e autêntico vem por meio da experiência existencial. Você terá de conhecê-la, não existe outra maneira, não existem atalhos. A verdade não pode ser transferida, você não pode roubá-la, não pode emprestá-la, não pode comprá-la, não pode mendigá-la, não há como fazer isso.
A menos que você a tenha, não pode tê-la.
"O Tao que pode ser dito não é o Tao absoluto"....Lembre se dessa condição.
Osho-Tao,sua história e seus ensinamentos- pág 32 a 37

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

“Bem-Aventurados os Mansos...”‏

Indício infalível da verdadeira auto -realização é a mansidão. O homem que encontrou o seu Eu divino é necessariamente manso.

Em que consiste a mansidão?
Consiste na desistência de qualquer violência, física como mental, e sua substituição pela do espírito.Todos os seres que não atingiram a consciência espiritual recorrem à violência paraconseguirem os seus fins. Os irracionais só conhecem violência material.

O homem, depois de intelectualizado, descobriu outro tipo de violência muito mais eficiente, que é a violência mental,violência essa que tem muitos nomes entre os homens; uns lhe chamam astúcia, outros sagacidade, outros ainda política, diplomacia, exploração, etc. No fundo, porém,é invariavelmente o mesmo: são certos argumentos analíticos de que a inteligência se serve para conseguir os seus fins próprios da personalidade do ego.

Quando, porém, o homem avança notavelmente no caminho da sua evolução superior,compreende ele que toda a violência física e mental, sem excetuar a mais alta magia mental,é sinal de fraqueza. Quando o homem descobre em si as potências divinas, desiste definitivamente de toda e qualquer espécie de violência física e mental. Não mais confia em máquinas e aparelhos materiais manobrados pela força do intelecto.

O homem auto-realizado descobriu a essência de si mesmo e de todas as coisas,essência essa que é imaterial, e por isso não mais o interessam as aparências periféricas, que os profanos consideram realidades.Por isto, não há para o homem manso de coração motivo algum para recorrer à fraquezada violência brutal, quando ele possui a força da suavidade e benevolência espiritual.

O espírito da força será substituído pela força do espírito.

As conquistas feitas pela irresistível suavidade do espírito da mansidão e do amor, como as de Jesus Cristo, de Francisco de Assis, de Mahatma Gandhi e outros continuam em milhares e milhões de almas humanas.

As coisas suaves têm duração garantida, embora a sua atuação inicial seja, quase sempre, lenta e quase imperceptível.

Huberto Rohden